quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Loucura nossa de cada dia...

Sempre gostei de alimentar o hábito de olhar em volta e ver o que está acontecendo com as pessoas que me cercam. Confesso que, no passado, eu achava mais fácil tentar deduzir o que passava pela cabeça dos observados. Hoje vejo que isso é um verdadeiro mistério!
Vejo vida nossa de cada dia está se tornando uma rotina sofrida para a maioria das pessoas. Fico recordando que, quando criança, podíamos identificar quem pertencia às classes A, B e C. Sim, no passado, essas classes existiam, com clareza, para identificar o poder aquisitivo da população. Lembro bem das aulas de Educação Moral e Cívica! Hoje, temos de um lado os muito ricos e de outro os pobres sendo que, estes últimos classificados como pobres, muito pobres, e teimosos, vivendo porque a teimosia de se manter vivo é maior do que qualquer coisa. Naquela época as pessoas não eram ligadas em moda, em etiquetas famosas, marcas e outras futilidades. A juventude se vestia em uma única loja de marca e, isso, quando era da classe A, caso contrário, mandava a costureira da família copiar os modelos. Hum, você lembra-se disto? Aliás, modelo era coisa de cinema. Para ser modelo tinha que ter, realmente, um diferencial, um rosto exótico, uma altura bem acima da média, cultura e classe, acima de tudo. Não existiam fofocas de quem está com quem, exceto, nos resumos de novelas e um pouco no meio artístico que, assim mesmo, ainda era mais fiel às tradições, basta ver os casais de vinte anos ou mais, ainda casados. Atualmente, para ser famoso precisam dormir com alguém rico ou, quem sabe, participar de um reality show e posar nua. Classe e cultura são coisas que não existem, que dirá exotismo! Existe, sim, erotismo explícito e a promiscuidade aberta. É naturalíssimo tatuar nome dos amados pelo corpo e apagar. Bons tempos em que amor era uma palavra singular e pouco dita, só proclamada no momento certo e com a pessoa certa. Banalizaram, aliás, piratearam o amor! O que vemos hoje são pessoas pré-fabricadas. Todas devem ser louras e com os cabelos lisos, seja porque são naturais ou porque sofreram horas de tratamento à base de chapa quente. Ah, bons tempos que via minha mãe e tias com touca de meia velha! A pele, esta deve ser bronzeada para que se possa deixar a mostra a marca do biquíni e o piercing no umbigo por sobre a calça quase que caindo, muito abaixo da cintura. Não podemos esquecer da lordose, essa parte sempre apreciada, se tornou doença e, o pior, agora a pobre coluna vertebral além de sustentar o “pandeirão” arrebitado tem que compensar com o peso dos “dos peitos falsos”
Faz um tempo que para ir a uma escola bastava um uniforme. Hoje a produção é cinematográfica: gloss, blush, brincos, colares, anéis, bolsas com frufrus e correntes, camisetas que deixam a mostra o que deveria ser íntimo, óculos coloridos e, é claro, um caderno que vai tentando se segurar entre um celular que toca ou uma jogada do cabelo para o lado, talvez, para fazer o cérebro pegar no tranco. Que saudades dos uniformes que economizavam nossas roupas de festa e o dinheiro suado dos nossos pais. Todos padronizados, roupinha limpa e cheirosa.
Outro dia estava no shopping, num final de tarde de um sábado, o que é uma ótima opção para analisar pessoas naquele encontro de tribos estranhas, e vi duas meninas que não eram irmãs mas, me fizeram sentir naqueles filmes futuristas em que todos são clonados, idênticos, fazendo com que, a ideia de futuro. As moças estavam vestidas com as mesmas roupas, mesmo cabelo de Emo, mesma bota, tinham os mesmos gestos, riam da mesma forma escandalosa e esquisita, parecia a imagem de uma refletida no espelho. E o que mais me intriga é que isso passou a ser o must do momento, o padrão a ser seguido, aquelas coisas todas iguais. No mesmo dia um louco passou, por mim, andando com grupo de amigos por entre os carros do estacionamento do shopping, gesticulando ridiculamente e gritando "Hoje eu tô malucão". Nem precisava dizer, mas, sabe que eu acho que ele não está tão louco assim como ele pensa... Essa vida onde nada é direito, tudo é dever e obrigação, onde a droga está sendo usada para suprir carências e necessidades e fazendo-se de lei e ordem, onde o crime compensa, onde o desemprego assola, onde se vê o luxo e o lixo, todos os dias invadindo nossas casas, onde tudo virou normal, até mesmo as pessoas se banalizaram ao ponto de se tornarem clones, quem é o louco? Já nem sei mais ao certo!



Um comentário:

  1. A realidade que fura nosso olhos! Esses dia estava relembrando como era bons os tempos em que Eu e meus amigos passavamos tempo na biblioteca, fazendo a pesquisa direto do livro, escrevendo com a antiga caneta de tinta, e nisso nos divertindo moooitooo, dando gargalhadas silenciosas para nao ser reclamados entre outros, tudo ainda era novo, mp3 de 250MB acabara d ser lançado, orkut ainda nao existia, filme ainda eram em VHS pq DVD era novidade e nao tinha em DVD os filmes q gostavamos d assistir, celular era muito carooo, nosso msn era cara cara nas noites friazinhas quando a turma se encontrava, dando altas gargalhadas, contando historias diversas e brincadeiras sem noção, coisa d criança mesmo (apesar q ja eramos adolescentes). Nao vou negar q a internet foi um marco revolucionario, e quem vive hoje sem ela? as pessoas q nao sabem usa-las ou nao vivem nesse mundo. Enfim, ela trouxe consigo uma gama de conceitos, manias, costumes e formas d viver. O mundo ao seu olhar apenas num cliq. As pessoas mudaram! Confesso ate q ja conversei com minha irmã pelo msn, mesmo sabendo q ela estava no quarto visinho da casa (total idiotice)... As pessoas mal tem contato humano com antes, sentir, tocar!!! Minha infancia foi D+, minha Adolescencia ainda consegui salva-la... Agora por diante tenho q atualiza-me ou fazer varios download se quiser continuar vivendo no mundo... KKKKKK... Agora falo como eles "Bizarroooo".... E minha irmã ainda fala q Eu nao tive a infancia que ela teve... Haaaa tive simmmm.

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