terça-feira, 26 de outubro de 2010

A busca do ser e da alma

Como já diria a canção: “Dias melhores, pra sempre.” Definitivamente e inquestionavelmente, a nossa busca por alegria, prazer e paz de vida é uma investida constante ou contínua. Aparentemente não nos cansamos de sair em busca desse propósito, o nosso alvo e objetivo comum, se não até coletivo é de simplesmente ser feliz. Mas o que de fato torna um homem ou uma mulher feliz? Ou, melhor ainda, onde mora a felicidade tão procurada? Uma vez que em meio à pluralidade de opiniões e de caminhos apresentados com a mesma finalidade, chegam a confundir nossos pensamentos. Só nas religiões há uma infinidade de propostas e receitas. Uma coisa é certa, podemos afirmar que todos, sem exceção buscam a felicidade, e isso é uma realidade existente nos corações humanos independente de religião, nação ou condição financeira. Todos buscam um amor, uma relação de cumplicidade, uma vida de felicidade, uma rotina de prazer, uma constante de paz, um acordo de afeto.
Em minha opinião e no texto que aqui pretendo descrever, não haverei de compartilhar o endereço ou o ponto exato onde possivelmente a felicidade e seus agregados possam morar. Na verdade tenho comigo a seguinte certeza: enquanto houver vida em nós, a nossa busca ou caminhada possivelmente em direção ou em busca da felicidade será tão presente e real, quanto a nossa respiração ou o nosso fôlego de vida, tornando-se uma prática constante, automática, instintiva, por vezes inconsciente e sempre natural. Tenho vivenciado bons momentos de paz e de alegria por simplesmente estar vivo, este sentimento tem de alguma maneira se concretizado, se “materializado” ou simplesmente se tornado de fato real em alguns momentos de minha caminhada. Falei outrora que não haveria de fazer registro ou alguma citação de onde a felicidade e seus agregados possam exatamente fazer morada, mas vou vivenciar nestas linhas o risco voluntário de fazer menção de uma suposta fonte onde a felicidade flua, o que na verdade você pode entender como um compartilhar de experiências, vivências e pensamentos.
Se tiver uma coisa que eu sempre valorizei, ou sempre tive em alta estima, foi o ser humano, a alma humana, o individuo, o outro que me cerca o próximo que possivelmente possa estar quilômetros de distancia de mim, mas perto. Como costumo dizer: “no coração”.“Nada na experiência e vivencia humana, deve ser descartado”. Acredito ser este um dos pontos exatos onde a felicidade ou a razão de estar, ganham forma, força e autonomia. A sabedoria está em aprender com o próprio tempo vivido, perceber nas experiências do passado, ou nos relatos de outros compartilhados a oportunidade de dar um novo passo, de vivenciar uma nova etapa, um novo momento, o tempo exato para recomeçar. Falo do homem, indistintamente, falo especificamente da sua experiência de vida, da bagagem que ele trás consigo, das lições adquiridas durante sua caminhada. E sem medo de errar, ouso compartilhar mais um pensamento meu, por meio da seguinte afirmação:
Acredito que quando paramos para fazer uma analise do nosso tempo vivido, dos nossos erros e dos nossos acertos cometidos, somos seqüencialmente convidados ou tão somente levados a mergulharmos numa auto-avaliação. Esta será aquela que nos abrirá a porta para a reforma da alma, para o despertar e o vivenciar de um novo ser e este ao seu tempo devido, dentro do ciclo e do seu momento na existência. Também acredito na afirmação feliz que percorre nossos dias: “Ninguém é uma ilha”. Entendo que a felicidade certamente não habita com a solidão, logo a felicidade, o sentimento de alegria é possivelmente conquistado em parceria e simultaneamente deve ser compartilhado.
Se há algum segredo na existência humana, se há alguma receita certa para se alcançar o ápice na passagem pela terra, acredito que esta seja o compartilhar da vida. Não há nada mais essencial na vida de um homem, do que o preservar das relações saudáveis, por meio dos representantes diretos que manifestam e expressam o verdadeiro afeto e o verdadeiro amor de que precisamos e estes que tento aqui citar são aqueles que formam nossas famílias (aquela que Deus nos deu) e em seguida nossos poucos e raros amigos (a família que Deus nos deu). Me permita dizer: “Corra para o abraço afetuoso, compartilhe seu sorriso, suas conquistas, lutas e angustias, na certeza de que quando estiver fraco, haverás de ser fortalecido, quando entristecido consolado ou confortado, quando solitário acolhido e abraçado e nestes (família e amigos), sempre encontraremos mais um motivo para permanecermos na luta e na busca da vida feliz.
Compartilhar, conviver, retribuir e agradecer, são palavras de ordem, verbos que devem ser conjugados e vivenciados em todo tempo, sempre fortalecidos e guiados pela humildade, elemento regulador que fortalece e qualifica o caráter humano, sempre de dentro para fora, numa regra de ação interna e de poder transformador, que resultará em dias de paz, e de felicidade, comprovadamente uma vida abençoada por Deus. No entanto bem sabemos que o mesmo mar que apresenta bonança e paz, é também o mar bravio, agitado, violento e aparentemente indomável que sempre está disposto a nos por à prova; logo toda atenção é necessária, para que não percamos de vista o foco da nossa alma e o objetivo do nosso ser: encontrarmos a felicidade a cada dia e viver uma trajetória de harmonia, paz e equilíbrio interior, abençoando e alcançando o maior número possível de indivíduos que estejam ao nosso redor. Para aqueles que são guiados pelo amor, as circunstancias do mar agitado podem provisoriamente comprometer ou roubar a paz, mas nada que a fé e a esperança que habitam nos corações sinceros, não combata, domine e vença.
Cabe a nós o exercício da sabedoria, da esperança, do equilíbrio e do amor altruísta, vivenciando o entendimento de que minha felicidade também depende da felicidade da coletividade que me cerca. A prova disto é que sempre vivemos em grupos ou de alguma maneira cercados por terceiros e se estes estão bem eu tenho maior probabilidade de também vivenciar o prazer da alegria e da realização por meio de um grupo ou de um conjunto. Juntos, nos aquecemos em combate ao frio. Juntos, cantamos em alta voz no combate à tristeza ou solidão. Juntos, sustentamos uns aos outros estabelecendo uma rede de força e resistência diante das dificuldades. Dentro desta realidade coletiva de vivencia e intercambio sempre teremos forças para recomeçar a caminhada um dia após o outro, faça sol ou faça chuva, cantem os pássaros ou não, sopre a leve brisa ou se erga o mais feroz furacão. O nosso estado de espírito, a nossa realidade interior sempre determinará a maneira exata de como haveremos de reagir e de lidar com as situações do dia a dia. Por fim fica a lição bíblica: “Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”.

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