sábado, 23 de outubro de 2010

"Dizem que a vingança é doce; à abelha custa-lhe a vida."

Sou um ser humano e como qualquer pessoa é inevitável que eu tenha o desprazer de ser consumido por aqueles sentimentos mesquinhos e desprezíveis, como a vingança, por exemplo. Mas ainda bem que a maturidade nos traz serenidade e tolerância, mesmo quando somos vítimas das injustiças e do desrespeito humano.
Vingança! É um tema pesado, isso eu sei. Mas levante a mão aquele que nunca sentiu ou agiu movido por este sentimento. Levante!!! Mas falo deste assunto não é por nada não, muito menos porque quero me vingar de alguém. Estou em paz, ainda bem! Mas não podemos esquecer que vez por outra temos nossas raivas e aquele desejo de matar (força da expressão), ficamos possessos de fúria e com louco desejo de vingar. E venhamos e convenhamos, pode ser até polêmico este tema, mas ele atrai pela sua força literária, por carregar um forte conteúdo recheado de dramas e tragédias. O que seria dos filmes, livros, contos e novelas se não existisse a vingança?
O grande "x" da questão é que eu sinto essas coisas por uns dez minutos, logo respiro fundo e imediatamente penso, com toda humildade, numa das frases que carrego comigo: "A maior vingança é o sucesso!". Ah, por falar em frases fiz um resgate de algumas sabedorias sobre o assunto. E cada uma delas nos mostra o quanto somos fracos e vítimas deste mal. Quando falo em sucesso é respondermos ao outro com o que de melhor podemos oferecer, buscar ultrapassar nossos limites e vencer os obstáculos que a vida nos coloca.
Tal é a força deste sentimento que, durante a infância, agimos possuídos quando atingidos por coleguinhas, por exemplo. Quem nunca desejou que aquele colega de escola que o agrediu em palavras sofresse um tombo na frente de todas as crianças e virasse algo de risadas? Qual garota nunca quis vingança contra à falsa colega que roubou seu paquerinha? Vingar-se do irmão que entregou uma traquinagem sua aos seus pais; dar uma resposta ou um tapa naquele vizinho que fica criando apelidos em você. São crianças, muitas vezes não distinguem os sentimentos e nem sabem o poder que eles possuem. Muitas vezes é o instinto de defesa inconsciente socialmente funcional ou mesmo a educação e cultura gerada por nossa sociedade individualista e competitiva que nos forma assim. Não encaro como uma doença, nem como crime, muito menos uma falha de moral, encaro apenas como um comportamento humano.
Mas seja como for, em que tempo e local, vingança é um sentimento negativo e a história mostra cada vez mais isso. Ela nada mais é do uma retaliação contra uma pessoa ou grupo em resposta a algo que foi percebido ou sentido como prejudicial a nós ou aos que estão próximos. Em alguns momentos a vingança pode até caracterizar-se como igualar as coisas, mas na verdade ela tem um objetivo mais destrutivo do que construtivo, dar uma resposta e fazer o outro sentir na pele o que sentimentos. É feio isso, não é? É estranho assumir esta nossa fraqueza, causa vergonha, mas devemos assumir que quando menos imaginamos sou vitimas ou agentes vingadores.
Bom parar e pensar nestas palavras "Não vingue-se, que da vingança vem o arrependimento", sabiamente dita pelo pensador chinês Confúcio. Desviar os pensamentos, encontrar um o ponto de concentração, meditar, orar, falar com Deus, escrever, parar e pensar, flutuar entre as ideias, sonhar, ouvir música, tudo isso e mais um pouco nos permite correr em direção dos sentimentos positivos porque esse negócio de ter ódio, ressentimento, magoa e de guardar rancor detona com nossos pobres neurônios, entope artérias e nos coloca às margens de um enfarte fulminante. Vingança não é um prato que se come frio, na verdade é um prato indigesto que você come e depois sofrerá de cólicas psicológicas.
Encero por aqui com uma frase de uma antiga pensadora, de pseudônimo Carmen Sylva: "Dizem que a vingança é doce; à abelha custa-lhe a vida."
Vamos pensar nisso?


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