terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hoje eu volto a ser criança...

Hoje é Dia das crianças! Viva a todos nós que guardamos nosso espírito de criança num lugar especial de nossos corações. Nada melhor para celebrar este dia do que recordar uma época (não muito longe vale salientar), em que nós, frutos  da geração anos 80, curtimos com toda intensidade. Feliz época em que nós crianças tínhamos a possibilidade de viver e curtir todos os prazeres e delícias da infância sem medo.
Para quem viveu, como eu,  a chamada década perdida sabe o quanto foi um período divertido. Foram anos incríveis.  Por isso, e porque hoje estou mais saudosista do que o costume, busquei resgatar coisas que marcaram minha geração e de muitos dos meus primos e amigos, que hoje contemplam comigo doces lembranças do que ficou guardado num bom lugar bonito do passado.
Convido vocês para passearmos juntos por minhas lembranças.  Estes dias que antecederam esta postagem fiz questão de pensar e resgatar o que de marcante tivemos num passado próximo. Revirei meu quarto e a despensa que guarda algumas velharias de minha casa, achei alguns poucas recordações, alguns brinquedos, objetos e jogos. Nesta “revirada no baú” lembrei  (cantando )do quanto gostava de ouvir Balão Mágico. Lembrei  do tempo em que que a Simony ainda era uma criança e que dividia a apresentação do programa com o engraçadíssimo Fofão. A música de abertura, então, era “Nosso lindo balão azul”.  Ainda tenho guardado meu “Banco Imobiliário” e outros brinquedos da “Estrela”.
Lembro que aos domingos, logo cedinho, toda família se reunia na casa dos meus saudosos avós, João e Lourdes, e todos os netos corriam para a mercearia que o vovô tinha em casa e lá éramos presenteados com balas e guloseimas, que hoje dificilmente achamos em nenhum “fiteiro” ou “budega” da cidade.  Lembram  da balinha “Soft”? Lembro que ele nos dava dessas balas mas sempre falava: "cuidado pra não engasgar hein menino! Adorava ganhar também o pirulito do Zorro, me lambuzava todo. Mas nada se compara ao “Push Pop”, era muito bom, mas melava todos os dedos.  Depois era uma fila na mangueira do jardim, logo escutávamos os gritos de vovó e nossas mães “cuidado com a água quente, vão adoecer viu”.
Engraçado quando se juntavam todos os netos (um turminha boa viu) para brincar com o Pirocóptero. E ainda puxávamos a velha musiquinha: “Pirulito que bate bate,   pirulito que já bateu , quem gosta de mim é ela , quem gosta dela sou eu”. Bobo não é? Mas ser criança é isso!
E do chocolate Surpresa da Nestlé?  Este era mais caro então não era sempre que o “vô” podia dar para sua “netarada”. Ele fazia muito sucesso graças às edições temáticas, pois colecionávamos os cartões com fotos de animais, além é claro de ser um chocolate delicioso.
E  geralmente depois do almoço ganhávamos um “Dipnlik”. Para quem não lembra ou não conheceu era um pirulito que vinha em um saquinho que continha um pozinho doce. Primeiro a gente tinha que dar uma lambida para ele ficar grudento, depois era só mergulhar no saquinho. Uma delícia!



  Foto com irmãos e primos num destes domingo em família (faltam alguns primos ainda)

Ao lado da casa dos meus avós existia um campo, daqueles  tipo “futebol de pelada”. Era vizinho mesmo, coladinho! Quando abriam os portões a criançada corrida para as mais diversas brincadeiras que pudéssemos desenvolver. Às vezes levávamos nossas bicicletas Caloi e ficávamos dando voltas e voltas pelo campo debaixo de um sol torrencial.  Sempre as brincadeiras eram comandadas pelos netos mais velhos, Marcelly e eu, e a decisão e organização ficavam conosco. Aproveitavamos para brincar dos desenhos da época, como Thunder Cats ,  Palácio da Justiça dos Superamigos, entre outros, e isso sempre gerava briga pois era uma disputa acirrada para ganhar o papel dos personagens de destaque de cada desenho.
Hora do almoço! Corriam todos alvoroçados para a cozinha da “Vó Lourdes”. Lá estavam nossas mães colocando nossos pratos. Eram pratos de plástico coloridos. Então já sabem não é, mais brigas! Cada um que escolhesse a sua cor predileta. Com os copos não tínhamos problemas, cada neto tinha um copo de alumínio com seu nome gravado. Mimos de avó!
Ninguém comia na mesa, até porque faltava espaço para isso. Então corríamos para sala pois era hora de assistir mais um episódio do inesquecível Alf, o ETeimoso. Garantia de boas risadas! Todos queriam um bichinho maluco daquele em casa .
No decorrer da tarde o entretenimento continuava, mais brincadeiras, brigas, discussões, choro, castigo. Quando “apagávamos nosso fogo” voltávamos para a televisão, era hora de assistir o Programa Silvio Santos. Minha avó não perdia! E durante os intervalos quando passava o comercial com resultado da “Tele Sena” todos calados pois vovô sempre pedia silêncio para conferir seus números.  Quase todo domingo era a mesma coisa: Dominó, Polegar, a lambada do Beto Barbosa, a "dança do pintinho amarelinho”,  Rosana, Cátia (a ceguinha), Trio Los Angeles  e outras “famosidades” da época. No início da noite é hora do programa “Os Trapalhões”. Ninguém tirava os olhos da TV e ficávamos atentos às piadas e brincadeiras daquela trupe, como não se esquecer da risada ímpar do Zacarias.
Logo chegava a hora de voltar para casa! O domingo em família chegava ao fim. Ansiedade começava para logo chegar o próximo final de semana.
Confesso que há tempos não escrevia um texto dominado por uma emoção que me derramou lágrimas. Bateu uma saudade absurda desta época. Saudades do cheiro do “feijão verde” e galinha cozida que só vovó sabia fazer. Saudades dos meus primos juntos, hoje cada um tomou seu rumo, começam a construir carreira profissional e formar família. Saudades de pedir a “benção vovó, benção vovô”, e ganhar um beijo impagável na testa, cada um “na filinha” recebendo este carinho antes de partir de volta para nossas casas.
Comemorar o dia das crianças é puxar da memória o que de melhor vivi. Recordar cada beijo, afeto, olhar, palavra, cada demonstração de carinho, a cumplicidade ingênua dos netos reunidos. Olhar para trás é sentir, mais uma vez, o prazer de ter passado por uma geração feliz e ter a certeza plena que minha formação de caráter e valores se deve muito ao que aprendi em família.
Quero terminar este texto com uma um pedido singelo, que era feito a duas pessoas especiais em minha vida. Acredito que “lá de cima” eles estarão escutando este pedido que durante muitos anos saíram de minha boca:
“Benção vó, benção vô”!






















Foto com meus avós. Estou nos braços do "Vô João".

6 comentários:

  1. Boas lembranças né amor!
    Também sinto muitas saudades da minha infância, época muito boa e de muita diversão (td bem que eu era uma pestinha, rsrsrs) mas vivi momentos de muita felicidade e não abriria mão de viver td denovooo!!!
    Bjokas e feliz dia das crianças!!!

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  2. Bons tempos esses que se podia viver o real e não tão só o virtual.
    Parabéns pelo texto você conseguiu me deixar saudosista agora.

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  3. Parabéns, pela produção textual. Me fez relembrar momentos da minha infância... Apesar de ter sido na década de 90, mais não mudou muito da sua.

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  4. Engraçado amigo, como a infância dessa época se assemelhava tanto, não foi diferente da minha e movido a mesma emoção enxugo as lágrimas ao ler esse texto,que talvez tenha sido o seu melhor. Inesquecíveis momentos,como éramos felizes em nossa simplicidade, sem internet,tecnologias,e tantas outras coisas que consomem a cabeça dos "mulekes" de hoje.
    Já se tornou até clichê, os meus elogios ao "Pensando e tal", mas com louvor,não poderia deixar de agradecê-lo pela viagem emocional que me transportou.
    Abração meu amigoo querido!!

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  5. hauhauha, lembrei na hjora do doce Dipnlik, kkkk, noa lembro da marca, mas lembro disso! Muito boa algumas dessas recordaçoes!!

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