quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Tempo e paciência"...experiêncas numa caminhada do final da tarde

Alguns textos nascem de forma planejada ou pela simples necessidade de escrever algo, mas muitos brotam de um surto de inspiração, através de uma espontaneidade inocente. Quase todos os dias estou caminhando no calçadão das margens do Açude Velho (cartão postal de Campina Grande), geralmente pelo fim da tarde ou início da noite, momento rico para observar cenas inusitadas do nosso cotidiano. Ontem presenciei algo que me encheu de pensamentos e inspirações.

Caminhava tranquilamente próximo a duas moças, estava distraído pensando no meu dia de trabalho e em coisas, boas ou não, que me ocorreram. As moças falavam num tom alto e sem parar. Confesso que foi inevitável não prestar atenção no conteúdo da conversa, mesmo que em alguns momentos interrompida pelo barulho frenético dos carros e ônibus que passavam pela avenida. Mas um trecho da conversa foi marcante, quando elas falam com muita convicção: "...pode passar 100 anos eu nunca vou perdoar...", logo depois a outra completa "...o tempo faz você esquecer e superar...".
Foi uma diálogo corriqueiro e nem tantas riquezas, mas o suficiente para concluir que nada mais justo e certo que o tempo. O tão temido e falado tempo! Tempo este que parece mudar de modo cada vez mais vertiginoso.
Vou usar um ditado clichê (mas verdadeiro) que diz: "não há bem que sempre dure, nem mal que nunca termine". Isto é a prova viva da arte que o tempo faz com os acontecimentos, moldando nossas vidas, sonhos, planos, vontades, perspectivas, adequando isso tudo às situações inesperadas que vivemos e descobrirmos a cada novo dia. O tempo é minucioso e sábio, é medicamento e cicatrizante, é castigo e alternativa, atitude e medo, é momento e passado.
Algumas pessoas ignoram o tempo, se acostumam a adiar, postergar, enrolar, deixar certas coisas para depois. E assim, assistem o tempo passar e quando percebem, o tempo aconteceu. Como perdemos tempo presos às mágoas, adversidades e rancores. Como somos vitimas do ressentimento. Ressentir, sentir duas vezes, castigar-nos com coisas tão pequenas e nocivas à nossa saúde e bem estar.
Precisamos, cada vez mais, nos desprendermos dos ressentimentos, deixar que o tempo nos ajude a superar os traumas e perdas
Já perceberam que gosto de inserir em meus textos alguns trechos de músicas? Música e leitura são dois ingredientes que dão certo sempre! Por isso, pra terminar deixo vocês com uma reflexão que Lenine descreve de maneira bem lírica: "O mundo vai girando cada vez mais veloz. A gente espera do mundo e o mundo espera de nó, um pouco mais de paciência".



5 comentários:

  1. Sou tua fããããããããã!!

    Muito massa esse texto ... como os outros!!

    Xero bem grandeeeeeee!!

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  2. Riquíssimo o texto!!!Ele tem crônica,humanidade e uma bela mensagem!

    Parabéns!

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  3. O perdao é virtude de poucos!Lenine é massa d+!!

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