terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu ressinto, tu ressentes, ele ressente...


Você já percebeu que, por tantas vezes, nos incomodamos por aquilo que passou, não é verdade? Parece que ficamos com várias caixas de arquivo morto, cheio de coisas sucateadas e sem valor, mas que ocupam espaço em nossas memórias e nossas emoções. Frente a todos estes sentimentos e tantos outros que temos, o ressentimento, muitas vezes, não é sinônimo de raiva, arrependimento ou vingança, mas a impossibilidade de esquecer ou superar um acontecimento que nos marcou.
Não dá para negar que o relacionamento de qualquer tipo nos afeta, pois temos consequências conscientes e inconscientes. Vivemos de sentimentos de contrariedade como o amor, ódio, agressividade, raiva, alegria, tristeza, ambição, generosidade, vaidade, rancor, inveja, compaixão e tantos outros, positivos ou não. E neste instante entendemos que ressentir-se é como dar a responsabilidade ao outro por coisas que nós mesmos guardamos em nosso interior. É atribuir a outras pessoas ou situações coisas que deveriam ser resolvidas por nós.
Quando estamos ressentidos com alguém significa que buscamos atribuir a um outro a responsabilidade pelo que nos faz sofrer. Nosso grande erro é nos configurarmos num modelo de vítima, valorizando assim aquele pelo qual temos ressentimento e como não temos o esquecimento vivemos nos colocando nesta posição de vítima. Esta relação é circular, ou seja, é cultivada com grande expressão das nossas emoções, alimentando mágoas, rancores e, consecutivamente, ressentimento, tornando-nos cada vez mais adoecidos. Logo entra outra grande fraqueza nossa, quando no papel de pessoa ressentida conseguimos uma forma de mostrar que estamos com razão na situação, desculpando-nos de forma tão verdadeira, atraindo, assim, o apoio dos terceiros, que "compram" nossa causa.
Não fujo e nem me eximo deste papel pessoa ressentida e por conseguinte ofendida, agredida e machucada, que não diz abertamente o que sente, mas prolonga e "rumina" essas dores de forma repetitiva, causando um mal e incomodo que me tira noites de sono. Já perceberam o quanto isso nos prejudica? Quando chegamos à resposta certa é que dimensionamos os malefícios. É difícil, mas o segredo é não aprisionar-se à mágoa de uma relação terminada, de uma amizade traída, de um "não", de um abandono, de uma data que alguém especial esqueceu, por um "furo" num encontro tão esperado, por uma ligação tão aguardada e que nunca existiu e por tantos "golpes" que recebemos na vida. É olhar a vida com novas perspectivas. Para facilitar deixo com você uma dinâmica interesse: lembrem de um lugar que você foi visitar quando criança, lembrou? Pois bem, retrate suas impressões e emoções. Agora volte ao mesmo local e observe cada detalhe. Você perceberá que o olhar será diferente, que você observará coisas que não havia percebido naquela época e agora você teve pois uma nova oportunidade foi dada. Complicado? É simples, basta revisitar os seus ressentimentos, olhando suas vivências difíceis e amargas de uma forma nova, procurando superar emoções negativas que perseguem você e te tornam prisioneiros de si mesmo.

3 comentários:

  1. É verdade. O ressentimento tende a ser somatizado junto a outros sentimentos negativos adoeçendo nossa alma, nosso psique e consequentemente refletindo no nosso corpo, ou seja, nosso corpo responde aos nossos sentimentos e se manifesta de forma recíproca a eles.

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  2. Essa dinamica é boa ajuda a livrar-se de ressentimentos, angustias algo q incomoda! fiz e foi positivo, muito bom! tu ta foda neguinho! VERy Good!!

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  3. Kermerson...

    Sem palavras para esse texto!!!!
    É exatamente isso...!!!!

    Me fez refletir ainda mais sobre a mudança do meu coração... Perdoar e perdoar...

    Obrigada Amigo!!!!

    Bjs

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