quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O amor não é projeto de vida

O amor não pode ser apenas encarado como um projeto de vida. Vejo que o amo está superestimado como importância porque nós seres humanos o superestimamos o que está faltando em nossas vidas. Sabe qual o nosso grande problema? É porque, em nossas cabeças, temos que se realizar em coisas com nossos gostos, planejando fazer coisas interessantes, se entusiasmando com novidades e assim acabamos esperando do amor mais do que ele pode render.
Em outros textos já dividi o que penso, que o amor é mais que tudo o que pensamos e enxergamos. Acredito que o verdadeiro amor deve existir por relacionamentos entre pares inteiros e não apenas por duas metades. Você pode até pensar que esse tipo de relacionamento é mais parecido com a amizade, mas quero pensar assim mesmo. Até  porque são alianças de aconchego, de natureza intelectual, de parceria. Já no tão sonhado “amor romântico” não existe um pleno amadurecimento, tanto é que as pessoas se tratam como criancinhas, já percebeu? Aliás, você também faz ou já fez! Os casais falam no diminutivo, como meu benzinho, bebezinho, fofinho...  O amor românico deveria ser coisa graúda. As pessoas, acredito, poderiam entender que precisam se relacionar como “gente grande".
O mundo gira, muda, cresce e acredito até o amor se transforma. A verdade é que antes as relações eram possessivas, exigentes... As pessoas eram duas metades que se juntavam para formar uma família, mas isso faz parte do sonho do amor romântico, que hoje em dia não tem futuro, isso caducou por uma série de questões como o avanço tecnológico, a independência econômica e sexual das mulheres, enfim, o mundo mudou e o amor tem de se readequar a essa nova realidade. Hoje existe a necessidade de se reinventar um novo tipo de relação, que resulte na aproximação de dois inteiros. A verdade é que o mundo mudou e os elos têm de mudar.
Hoje um dos pontos que conta é o modo de pensar de cada um. Mas independente disso, do modo como as pessoas vão se relacionar com a tecnologia, o importante é que elas busquem o individualismo, lembrando que individualismo não é sinônimo de egoísmo. O egoísta é um parasita, esse é louco por turma pois é lá que ele vai tentar arrumar alguém para parasitar. O individualismo eu acho que é uma boa notícia, que é quando a pessoa consegue ser mais independente.
Espero que as pessoas se preparem para relações que poderão ser mais estáveis, pois já perceberam que será difícil manter no futuro as relações baseadas no modelo tradicional. É claro que na realidade continua existindo esse sonho romântico, e ele dificilmente vai desaparecer, porque a vontade de viver em dupla vai continuar existindo, apesar de que nos próximos anos também vai crescer o número de pessoas que gostam de viver só, ou seja, casar vai deixar de ser socialmente obrigatório. Mas esse sonho de par perfeito, infelizmente vem carregado de um romantismo antiquado. As pessoas não atualizaram o sonho, então o que elas podem fazer agora é ter um sonho um pouco mais compatível com a realidade.
Eu vejo, espero e alimento a idéia que o amor se faz de afinidades e não oposição, ou seja, que os pares ideais são aqueles que possuem coisas em comum: afinidade de caráter, de gosto, de interesses. Nesse caso, as diferenças não devem ser muito exageradas pois é complicado lidar com o oposto. E tem o fato de que é muito mais fácil conviver com uma pessoa que tenha a maneira de pensar parecida com a nossa, é muito mais fácil confiarmos em alguém assim. Difícil não sei, mas encontrar pessoas parecidas é a mesma coisa de achar diferentes, acredito que seja na mesma proporção. O difícil é achar gente com maturidade emocional e preparada para esse tipo de vínculo.
Mas vamos que vamos...o mundo é grande demais!

4 comentários:

  1. Parabéns por sua postagem.
    Abraços do Alê
    Espero por vocês lá no Escrivaninha.
    Até aproxima.
    http://escrivaninhadoale.blogspot.com

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  2. Falar sobre o que é o amor é bastante relativo, considerando as diferentes experiências de cada um e os planos de cada um dos lados. Achei sua idéia bem clara e de certa forma correta. A única coisa que gostaria de discutir é como você desenvolveu a questão do "individualismo". Não acredito que antes as pessoas se doavam em partes, para um "sonho romântico". A união muitas vezes era questão de sobrevivência e a própria vida se encarregava de ser exigente. Nesse caso, cada um se doava por inteiro mesmo, ou então a vida fazia o seu papel. O casal, ao se conhecer muitas vezes ainda jovens, acabava por viver tão presente na vida um do outro que as visões de família, vida, sonhos acabavam se tornando as mesmas. Muitas vezes, o amor simplesmente acontecia. E mesmo assim, percebo que muitos desses casais viviam em harmonia pelo simples fato de cada um ainda ter o seu próprio mundo: amigos, segredos, conversas.

    Isso de maneira alguma afeta as idéias fundamentais de família, vida, sonhos. Na verdade, esse espaço para o "eu" de cada um, era o momento, o espaço necessário para cada um dos lados não perder a identidade. Não acho que o amor de antigamente tenha se acabado. O que acredito é que as pessoas, devido aos fatores que você mencionou, estão cada vez mais egoístas quanto ao futuro, imaturas quando se trata de relacionamento amoroso. Imaturas no sentido de não medir o quanto um relacionamento é incerto, às vezes preciso, superficial, às vezes profundo.

    Texto muito bom e denso.

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  3. A cada dia que passa, novas pessoas conhecemos, dessas tais ate achamos uma interessantes, mas interessante ao ponto de ate arrisca alguma coisa... Meio que sem sentido comparar ou estimar um Amor a um projeto de Vida. Já percebeu que quando estamos vivenciando algo especial temos que dividir nossa tarefas, ou Vc deixar um pouco de lado o(a) especial pra fazer seus deveres ou continua mergulhado nos pensamentos doces esquendo de tudo e deixando que a vida passe sem dar a minima, pq afinal d contas Vc está Feliz... Qual das duas nós mais praticamos?
    Voltando ao inicio... A parte dificil da historia digamos é quando "achamos" que - Ho finalmente encontrei alguem que saber conversar - mas nao somos correspondido ou compreendido pelo que somos ou pelo que falamos (seria MEDO ou EGO ?) As pessoas muitas vezes, por mais "sabias" que sejam nao conseguem enxergar o interior das pessoas... E como fica isso? Ai vem a questao, a segunda pessoas aprende uma nova lição da Vida. Será q esta pensa em comerçar tudo d novo ou dar um pulo e jogar tudo pra cima e querer ser LIVRE desses entraves que ela mesmo acolheu? O ser Individual!... O que falta nas relaçoes sao as conversas, sem isso nao dar!
    Mas releve essas coisas escrita acima! pois sou a favor da felicidade das pessoas. Se vc gosta de Amar alguem, Ame! Se vc gosta de está só, fique só! Se vc gosta de curti, Curta! Mas nao tenhamos medo de assumir a sua felicidade. Eu escolho a primeira opção!
    Pois quando se ver sao 6 hr, sexta-feira, natal, fim de ano, 50 anos, o FIM...

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  4. Você escreve bem, sabe o que quer falar. "O egoísta é um parasita" é bem enfático para alguém que acredita que as pessoas são seres mutáveis, não acha?
    Lidar com a palavra é fogo que arde sem ver!
    Beijos

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