segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bem vindo ao mundo real!

Façamos um seguinte trato: pare, leia e reflita durante um minuto em silêncio.
Imagine-se diante um espelho observando sua imagem. Imagine que o espelho não reflete o que gostaria que ali estivesse. Então, quando o reflexo no espelho não mostra aquilo que você quer ver, o que você passa a enxergar?
Não existe resposta correta ou errada. Mas é possível percebermos que a vida, em todos os sentidos, é uma grande e completa ilusão. Toda criatura mente para si mesmo, se iludindo com a própria forma de enxergar a vida.
Para viver, e viver bem, é bom ter algo em que se apegar, em que acreditar, ter fé, uma razão para seguir adiante. Isso é necessário a todos nós. Mas pecamos quando começamos a "fantasiar" como as coisas acontecem, muitas vezes contrariando o que realmente se passa e ao que deve existir.
A pergunta inicial é no mínimo intrigante, porém nos possibilita respostas curiosas. De fato quando observamos esta cena a gente passa a enxergar aquilo que queremos ver. E constatamos que o real se confunde com o ilusório, é neste ponto que o otimismo se liberta e faz com que a verdade possa ser distorcida, emaranhada, recriada, mudada.
O problema é que em certas situações, mesmo diante fatos "incontestáveis" preferimos acreditar naquilo que criamos como desculpa para tal circunstância. Lógico, nós meros mortais procuramos acreditas no que é mais fácil, assim não nos magoamos e nem a outra pessoa. Mas, desta forma, moldamos o mundo ao nosso jeito ao invés de adaptar-se a ele. Logo erramos, sofremos, culpamos, destruímos, atropelamos, mudamos... E é claro que o único responsável por tudo isso é uma pessoa que conhecemos muito bem, ou na verdade pensamos conhecer: nós mesmo!
É uma tarefa difícil. Difícil porque é complicado não se desvairar em um mundo onde tudo é ilusão e que nada mais parece verdadeiro, num mundo no qual o que hoje é tido como verdade e amanhã será mentira. O segredo talvez seja apenas abrimos os olhos para a realidade e parar de viver em um mundinho utópico-fantasioso. Abandonar o mecanismo de autodefesa natural do ser humano, que sobrevive com a necessidade de proteger e elevar a autoestima, enganando a si mesmo por querer enxergar mais a possibilidades do que a pura verdade. Bem vindo ao mundo real!

Um comentário:

  1. O mundo real... Nem sempre vivemos aquilo que sonhamos, mas as vezes a realidade se permite sonhar e fazer de sonhos verdades.

    Parabéns pelo texto!

    Bjs

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