“...Eu também tenho momentos de desespero e quero também desabafar para sentir-me mais aliviada, como aconteceu com você. Não quero que você torne a falar em morrer. Essa idéia me é intolerável. Antes venha a morte para mim, o que seria uma solução menos má. Vou deixar esta carta para amanhã. Estou sofrendo demais e, como não posso deixar de ser sincera, poderia concorrer para aumentar sua angústia. As palavras escritas me doeram muito mais do que as faladas: ‘Amo, etc....’ nem quero repetir suas palavras: elas são punhais que se enterram nas feridas do meu coração. Ah! meu querido Luís, mas por que estou eu dizendo estas coisas? Perdoe-me se estou sentindo necessidade premente de expansão. E eu que não quero ser estorvo na sua vida...”
Carta de Tarsila do Amaral para Luís Martins datada de 21 de janeiro de 1952, época da separação deles
É de fato um belo livro. Lembro muito de mim quando abro meu e-mail e vejo uma pasta reservada a longas cartas virtuais.
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